De acordo com a PWC, 25% do faturamento global da indústria de drones vem de aplicações na agricultura. Aqui no Brasil, devido ao perfil agrícola, este número passa atualmente de 40%. Isso se deve à versatilidade que o equipamento vem ganhando. Existem inúmeras aplicações dos drones: da tecnologia embarcada aos softwares de pós-processamento na agricultura.
Todas elas passam pelo conceito de agricultura de precisão que associa à utilização de equipamentos e tecnologia de ponta para avaliar e acompanhar de forma mais precisa as condições químicas, físicas ou biológicas do solo e o clima das áreas rurais georreferenciadas. E, com isso, é possível implantar os processos de automação agrícola antes e depois do plantio.
Drones no agronegócio
O uso dos drones possibilita detectar problemas na plantação, através de sensores que permitem calcular dezenas de informações dos índices de vegetação. Outras aplicações são a previsão da colheita, a detecção de pontos na plantação que precisam ser mais cuidados e o aprimoramento do manejo da pastagem para garantir a produção de maior biomassa com qualidade nutricional para o gado. Mais recentemente, os drones começaram a ser usados para pulverização de precisão permitindo o uso dos agrotóxicos de maneira mais segura e econômica.
Aumento de produtividade
Estudos do setor estimam que o uso destas tecnologias associadas permite um retorno de aumento de 15% a 20% de produtividade, além de reduzir a quantidade de insumos. Isto tudo impactando fortemente os custos e a qualidade do produto final. Ainda é possível citar outros produtos obtidos por drones na agricultura como os mapeamentos detalhados da propriedade como modelos 3D; e ortomosaicos que permitem entre outras coisas elaborar o CAR (Cadastro Ambiental Rural) exigido pelo Ministério do Meio Ambiente.
Recentemente também o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) divulgou norma técnica específica que permite usar drones para o Georreferenciamento de Imóveis Rurais, processo obrigatório para os agricultores comercializarem e dividirem suas propriedades junto aos cartórios ou obterem financiamentos bancários.
Mercado e regulamentação
A utilização dos drones para fins comerciais foi regulamentada em maio de 2017 e de lá para cá o faturamento neste setor não para de crescer. Um drone devidamente equipado com inteligência embarcada varia de 20 a 150 mil reais. Além disso, é importante possuir softwares de pós-processamento adequados aos diferentes usos na agricultura, pois cada cultura requer uma análise diferente. Logo é fundamental a participação de profissionais devidamente habilitados.
Novas aplicações no campo vão surgindo, como vigilância – inclusive noturna – com sensores termais inibindo roubos de gado ou safra. Há ainda os maiores para detectar e combater incêndios; e os que estão sendo usados para avaliação de risco e detecção de sinistro por parte de seguradoras ou agentes financiadores da produção. O setor cresce tanto pela proliferação de prestadores de serviços como pela aquisição de equipamentos pelos próprios produtores individualmente ou via cooperativas.
Emerson Granemann – diretor geral da DroneShow, um dos maiores eventos na área da América Latina. Fundador, CEO da MundoGEO e idealizador da feira. Engenheiro Cartógrafo pela UFPR, trabalhou 15 anos no setor de Aerofotogrametria e Geoprocessamento. Atualmente atua área de comunicação, na disseminação das Geotecnologias e Drones. É moderador do Fórum Empresarial de Drones.
Fonte: SF Agro | Farming Brasil