Agronegócio é esperança para retomada do setor de máquinas de construção, dizem fabricantes

Das empresas expositoras da Agrishow, uma estreou na feira e outra voltou após 20 anos de ausência. Elas enxergam na agricultura um caminho para reverter cenário ruim dos últimos 5 anos

Apostar no agronegócio como um caminho para a retomada é uma das tendências do setor de máquinas para construção, conhecidas como linha amarela. Após esse mercado amargar dificuldades e quedas de vendas nos últimos cinco anos, as empresas enxergam nos produtores rurais uma esperança de reversão do quadro.

Apesar de serem conhecidas dessa forma, esse tipo de equipamento não é direcionado apenas à construção civil. Carregadeiras, retroescavadeiras, tratores de esteira, entre outros, são utilizados para várias funções no campo, como transporte de ração, manutenção de estradas rurais, abertura de curvas de nível e limpezas de terrenos.

Segundo a Associação Brasileira de Máquinas (Abimaq), este segmento terminou 2017 com 74,6% do potencial do parque fabril em operação, contra 67,1% do ano anterior. Mas as empresas ainda sentem os reflexos da recessão, apesar dos indícios de melhora.

Por isso, algumas delas aproveitaram a Agrishow, que terminou nesta sexta-feira (4) em Ribeirão Preto (SP), para estreitar o contato com possíveis clientes e planejar um novo ciclo de crescimento.

Nesse cenário, o agronegócio ganha terreno. A japonesa Komatsu, acreditando na força da agropecuária, que responde por 15% das vendas da empresa, esteve presente pela primeira vez na feira. Com foco em terraplenagem, apresentou quatro tipos de equipamentos. E saiu satisfeita.

Fundada em 1921 e desde 1975 no Brasil, com a fábrica em Suzano (SP), a companhia apostou alto na feira. Montou um estande de 600 metros quadrados e levou as operações de um banco próprio, criado em 2015 para oferecer financiamento direcionado à linha amarela. Os negócios fechados na Agrishow, segundo Garcia, haviam passado de R$ 3 milhões até o final da manhã desta sexta.

Após 20 anos

Outra empresa otimista com a influência do campo para as vendas é a Caterpillar, que voltou em 2017 para a Agrishow depois de 20 anos de ausência. De acordo com Andrea Park, diretora de assuntos governamentais e corporativos, o agro também responde por 15% dos negócios da empresa. E a tendência é que continue como uma aposta forte para os próximos anos.

A previsão da Abimaq é que a comercialização de equipamentos de construção tenha um incremento de 10% a 15% este ano. Mas, de acordo com Andrea, o movimento de alta ainda está tímido. A participação na Agrishow pode ajudar, na visão dela, a atingir esses índices.

“Hoje, os produtores rurais não conseguem fazer os trabalhos na fazenda sem os produtos da linha amarela. Por isso, há uma sinergia grande com fabricante de implementos agrícolas. Cada vez mais, estamos próximos do agricultor. É um mercado em potencial que a gente não enxergava no passado”. Com o tempo, a empresa espera que a fatia de negócios correspondente ao agro dobre de tamanho, para 30%.

Comemoração

Precursora na fabricação de máquinas da linha amarela voltadas ao agronegócio e com uma divisão especializada para atender o segmento, a JCB não fez ainda um balanço dos contratos fechados na Agrishow, mas acredita que houve um crescimento de 5% a 10% em relação à edição de 2017.

O gerente nacional de vendas agrícolas, Michael Steenmeijer, afirma que o desenvolvimento de novas tecnologias na empresa acompanha o crescimento do setor agrícola. “Nos últimos anos, observamos nesse mercado o fortalecimento de tendências, como os processos de mecanização e profissionalização, que estão em total sintonia com a estratégia de investimentos da marca no Brasil”.

O agronegócio já responde por 29% do total de vendas da JCB. Em 2017, a companhia afirma ter crescido 13% em participação no mercado de máquinas agrícolas. Para este ano, a expectativa é ampliar o índice para 16%.

 

Fonte: G1

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