Analytics vira arma para agronegócio lidar com desafios de crescimento nos próximos anos

Uso da informação para gestão do campo, junto a outras tecnologias, é a solução para setor que mais cresceu no País no ano passado

A população global deve chegar a 9,8 bilhões de pessoas em 2050, segundo dados da ONU. O aumento vai impactar não só o dia a dia nas cidades, que vão receber 66% desse número, mas também o campo. A produção agrícola vai precisar crescer 50% para suportar a demanda, que também será puxada pelo crescimento dos países em desenvolvimento e do aumento do poder aquisitivo mundial, que vai se refletir no crescimento do consumo.

Outro desafio do agronegócio será lidar com a escassez de mão de obra rural e dificuldade de transportar alimentos do campo, já que apenas 3,5 bilhões de pessoas vão morar fora das cidades. Além disso, terá de lidar com a produção de alimentos mais saudáveis, uma vez que a população idosa global atingirá a marca de 2,1 bilhões de pessoas.

Esse é o futuro que aguarda o agronegócio e que foi apresentado por José Loyola, CEO da Ready to Market (R2M), durante um evento do SAS, fornecedora de soluções de análise de dados, sobre o uso de sua tecnologia no campo, realizada na última sexta-feira (29/6) em Campinas (SP). Segundo o executivo, o setor ainda precisa lidar com a dificuldade de gerenciamento de seu negócio, principalmente devido ao baixo acesso à informação em médias e pequenas propriedades.

“Eles têm dificuldade em planejar, em gerar e interpretar dados e definir custos precisos de produção”, diz Loyola. Enquanto isso, quem consegue capturar dados, que provém de insumos, máquinas, produção, armazenamento, comercialização, entre outros, tem que lidar com o desafio de trabalhar as muitas informações e decisões mais complexas para gerar insights ao negócio.

O uso da informação pelo agronegócio surge como um gargalo visto que fazendas urbanas, hortas coletivas e pequenos produtores perto de grandes centros podem se tornar os aliados para lidar com a futura demanda de consumo. A tecnologia, diz Loyola, aparece como oportunidade para gerir o negócio de forma mais simples e eficiente.

Ele cita o exemplo do reconhecimento por imagem, tecnologia utilizada em máquinas agrícolas equipadas com câmeras de vídeo que, ao passar por ervas daninhas na lavoura, consegue borrifar a quantidade exata do agrotóxico diretamente na praga. Resultado: economia do insumo e alimentos mais saudáveis na mesa do consumidor. “A tecnologia foi desenvolvida pela Blue River, empresa já comprada pela gigante John Deere no ano passado”, lembra.

Para a Sonda, fornecedoras de serviços e soluções de TI e parceira do SAS, a inteligência analítica é a forma que o agronegócio pode lidar com o tanto de informações que recebe. Cruzando dados da própria lavoura com os de seus fornecedores e de mercado, é possível utilizar a terra de forma inteligente para maximizar a produção.

Por exemplo, o uso de drones para a coleta de informações sobre as plantações em tempo real, mapeando a quantidade de plantas no campo, permite prever a safra e confrontar esses dados com a demanda latente. O mapeamento também permite fazer o replantio em áreas estratégicas, aumentando a produtividade do solo e oferecer mais produtos sem que haja a necessidade de gastar mais com adubos e fertilizantes.

Já com o uso de sensores no solo, é possível monitorar a constantemente a temperatura do solo e, cruzando com informações climáticas, tomar decisões rápidas quanto ao uso de estufas ou proteções contra geadas e outras condições naturais que agridem a qualidade das plantações.

Marcelo Yassuo, consultor de Pré-Vendas da SAS Brasil, explica que para alcançar esse nível de inteligência na gestão é preciso um motor analítico que tenha capacidade de analisar dados de diferentes fontes e trazer a informação de forma clara para o usuário.

Segundo ele, as melhores ferramentas se tornam capazes de prever os rumos do mercado com até 95% de acerto, como é o caso do SAS. Cruzando diferentes dados, a análise de dados pode dizer o que vai acontecer com o desempenho financeiro de uma lavoura considerando uma seca inesperada, exemplifica o consultor.

Dessa forma, monitorar de preços de commodities – comprando ou vendendo nos melhores horários – e prever a demanda de mercado, como já foi dito, se tornam possíveis através da tecnologia. Abastecer uma demanda crescente e ainda manter o crescimento de um setor estratégico para o País são desafios que a tecnologia e a gestão eficiente podem resolver.

 

Fonte: IPNews

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