O vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Tarcísio Hübner, disse no Congresso Brasileiro do Agronegócio que a tabela do frete deve impulsionar a procura por crédito em instituições bancárias por causa da falta de referências para comercialização futura. “A tabela do frete afeta a cadeia do agronegócio como um todo”, disse. “Devemos ter maior busca de produtores por instituições financeiras.”
Segundo ele, o fluxo de liberações de crédito rural está normal. “Não teremos falta de recursos”, afirmou. “O banco vai atender à demanda que pode advir da ausência de negociação futura.”
Com relação à lentidão das negociações para barter, ele ressaltou que o banco também pode ajudar no financiamento desse tipo de operação. “Estamos bem preparados e com recursos para barter”, disse. “Vemos o barter como um bom negócio, apesar da situação dos fretes.”
O superintendente de Agronegócio do Bradesco, Rui Pereira Rosa, disse que o tabelamento do frete despertou no setor o pensamento da composição de frota própria. “Produtor passa a pensar em ter caminhão próprio, e esse investimento concorre com outros investimentos em maquinário.” Além disso, ele ressaltou que a incerteza sobre frete gera dúvida para o produtor sobre composição de preço para plantio, o que afeta o planejamento do custeio da safra 2018/19.
O sócio diretor da MB Associados, José Roberto de Mendonça de Barros, ressaltou que, em meio à incerteza sobre o frete, o agronegócio está estudando compor frota de caminhões. “Conheço muita gente que avalia frota própria para o grosso do que precisa transportar”, disse. “A tabela é ilegal e estruturalmente equivocada.”
Fonte: Estadão Conteúdo