Desinteresse da base do governo do Piauí pelo agronegócio revolta o setor

Embora seja um dos estados da região do Matopiba com maior potencial de crescimento da atividade agropecuária, o que pode contribuir para impulsionar mais a geração de emprego e renda no campo e nas cidades, o agronegócio não desperta interesse em partidos aliados do governo do Piauí. Segundo o colunista Elivaldo Barbosa, do blog Tempo Real, PSD e MDB foram sondados para comandar a Secretaria do Agronegócio, a ser recriada na reforma administrativa que tramita na Assembleia Legislativa piauiense, mas recusaram o convite.

“O PSD, sondado para ocupar a pasta, não demonstra interesse e reafirma o propósito de indicar um gestor se fosse mantida a estrutura atual da SDR (Secretaria de Desenvolvimento Rural), que será desmembrada em duas secretarias: agricultura familiar e agronegócio. Os pessedistas miram agora a secretaria das Cidades”, noticia o blog.

“No MDB, o líder da bancada na Alepi, João Mádison, que atua empresarialmente no setor, também avisa que não tem interesse na nova pasta”, informa o colunista. “Lideranças políticas da base governista temem que a Secretaria de Agronegócio não ofereça estrutura administrativa e recursos para atuação do gestor no incentivo à produção agropecuária.”

O Tempo Real lembra que a pasta existiu no primeiro governo de Wellington Dias, mas pouco tempo depois foi extinta.

“Cinismo absurdo”

“O governo do Piauí é de um cinismo absurdo. Estou preocupado com o que será dos investimentos aqui. Produtores querem ir embora, empresas não querem mais vir pra cá. Falo sempre com Nabhan Garcia [secretário especial de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura] para nos apoiar nessa pauta. Agora, estamos agendando reunião com o vice-presidente, general Hamilton Mourão, para pedir apoio”, desabafa um produtor de grãos do estado, que prefere não se identificar.

 “Nós pagamos a conta e não podemos escolher o prato. Aliás, sequer podemos sentar à mesa. Somos meros pagadores de impostos e da ‘taxinha’ de R$ 330 por hectare de terra que já nos pertence. O governo do Piauí é como um parasita que mata o hospedeiro mesmo sabendo que morrerá com isso. O agronegócio, mesmo sendo seu carro-chefe no PIB, vai falir no Piauí. O governo do estado sabe disso, mas fica inerte, como que aproveitando enquanto dá”, acrescenta o produtor, uma das lideranças do agro piauiense. “Fizemos um evento há poucos dias [com o governo estadual, prefeitos e parlamentares]. Eles ouvem, mas não escutam.”

 

Fonte: AGROemDIA

 

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